sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Propondo uma metodologia de educação para Saúde na Sala de Espera








A Sala de Espera de uma Unidade Básica de Saúde é um lugar onde as pessoas aguardam atendimento de consultas médicas, de enfermagem, atendimento psicológico, dentistas e também cuidados de assistência  como: curativos, medicalização, aferição de PA, Glicemia Capilar e outros.

Nota-se que o público que frequenta esse espaço é muito dinâmico e variável, resultando numa versatilidade de diferenças etárias, sociais, econômicas e culturais.

Nesse espaço as pessoas se conhecem, conversam entre si, trocam experiências, vivenciam as mais variadas emoções: como medo, raiva, tristeza, motivação, etc. Trata-se de um agrupamento de pessoas que buscam atendimento para a melhoria de sua saúde.

A partir do momento  em que nós, profissionais de saúde, passamos a atuar nesse espaço formamos um trabalho educativo em grupo e o nosso papel como Educador para Promoção da Saúde se configura numa ação social em prol do desenvolvimento da autonomia de cada um.

É nossa função atuar no acolhimento, sermos sensíveis a esse público, observar, conversar e ouvir. Pois neste momento, ás vezes, de angústia é que eles expressam suas aflições, seus desejos, suas ações, opiniões sobre o atendimento de saúde que lhes são ofertados, como gostariam de ser atendidos, também falam sobre sua doença, seu modo de vida, sua condição socioeconômica e até afetiva.

Obviamente é nesse contexto que podemos promover um trabalho educativo para a promoção da saúde, para isso precisamos estar engajados com a melhoria da  qualidade de nosso serviço, devemos ser compreensivos, simpáticos, acreditarmos na capacidade de transformação do comportamentos deles, em relação aos cuidados com sua própria saúde, bem como na capacidade de cada um de contribuir para a mudança da sociedade.

Para tanto temos que desenvolver algumas habilidades pessoais, tais como: o desenvolvimento de dinâmicas de grupo, técnicas de relacionamento e de controle emocional, técnicas de discurso para saber onde e quando intervir afim de contribuir positivamente  numa reflexão sobre o processo saúde doença.

É importante termos em mente que nós profissionais da saúde não controlamos o pensamento das pessoas, não podemos ditar regras e sim contribuir para que haja  uma reflexão em prol de sua saúde e a motivação para melhorá-la. Aliando o saber técnico com o saber popular .Vale lembrar que esse público tem conceitos e formas de se cuidar próprios de sua cultura e estes devem ser respeitados e isentos de qualquer forma de preconceitos.

Com essa abordagem nós profissionais nos aproximaremos dos clientes, nos  integraremos efetivamente e afetivamente. Pois, a partir do momento que demonstramos interesse para ajudar o outro formamos um vínculo afetivo. Quando ouvimos,olhamos,observamos,dialogamos construímos uma relação verticalizada, saímos da posição de "donos do saber" e passamos a fazer parte do processo ensino aprendizagem em saúde.
Em suma ouvir as pessoas, deixar que se expressem é o primeiro passo para a construção de uma educação efetiva em Sala de Espera.

Inicialmente esse trabalho pode ser tenso, instigante, mas paulatinamente o diálogo fluirá e iremos descobrir através de expressões, de gestos e de palavras o conhecimento sobre vários aspectos cotidianos e formas de cuidados com o corpo e com a saúde desse público e até de sua família.


Portanto, é essencial a utilização do diálogo no grupo, como ferramenta na construção do saber, da reflexão participativa, isso mostra que devemos nos abster de atividades educativas baseadas em palestras, não podemos fazer da sala de espera um local de mera transmissão de conhecimento, pois isso não fará o público refletir e transformar suas ações em prol da qualidade de vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário