sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Uma prática mais dialógica







A concepção de saúde do profissional influencia em sua prática de educação popular





    As concepções de saúde dos profissionais de saúde se relacionam diretamente sobre a sua prática de educação nas Unidades Básicas. Se o profissional tem uma visão biolologicista ele utilizará uma metodologia de sala de espera prescritiva e normativa de prevenção de doenças, no entanto, se o profissional tem uma visão mais ampla de que a saúde implica o contexto em que vivemos e de como vivemos ele terá maior chance de promover uma discussão mais abrangente sobre qualidade de vida.
   Devemos considerar a existência de fatores que condicionam o estado de saúde das pessoas, tais como: o nível de desenvolvimento social e econômico, a infraestrutura existente, as condições de saneamento básico, de moradia, de trabalho, de alimentação, a afetividade, a espiritualidade, a sexualidade, o gênero e a diversidade cultural, etc.
  Tomando como base essas considerações, e outras leituras de artigos relacionados ao assunto, percebemos que alguns profissionais ainda tentam fazer da educação para saúde em sala de espera um lugar de transmissão de informações, sem considerar a realidade do público. Insistem em trabalhar somente a prevenção, com palestras informativas que não vão mudar comportamentos, tendo em vista que, para mudar comportamentos é necessário primeiramente, estar envolvido com a realidade do público, falar a linguagem deles, considerar o conhecimento que eles já trazem e aperfeiçoá-los.

  Proponho a todos educadores em saúde uma reflexão sobre a prática que adotam. Será que  a sua prática é preventiva? Será que é coletiva? Qual sua visão de promoção de saúde? Seja qual for sua prática, o mais importante é sua postura em querer mudar uma realidade, reorientar as estratégias com a adoção de uma prática mais dialógica. Segundo Paulo Freire (2003) a dialogicicidade não nega a validade de momentos explicativos, narrativos em que o professor expõe ou fala do objeto, isto é, nós temos um saber construído sobre saúde, eles também têm, só que temos conhecimentos mais aprofundados e temos a obrigação de fazê-los ampliar sua visão, seus questionamentos, suas necessidades de adoção de práticas de promoção de saúde.
  Certamente, não é um caminho fácil, visto a complexidade de se  propor uma metodologia dialógica, mas se faz necessário, pois a educação popular em saúde procura resgatar o humano de cada um e é por meio desse processo de construção coletiva do conhecimento, por meio do diálogo, de troca de experiências e saberes, que no final todos nós ganharemos.

  Pois é na troca de experiências que ensinamos e aprendemos.

Freire,Paulo.Pedagogia da autonomia:saberes necessários a prática educativa.3ªed.SP.Paz e Terra, 2003.148p.

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